No mundo da guitarra há um termo que define com clareza o objetivo de certos guitarristas. A denominação não é muito comum, mas bastante conhecida entre guitarristas profissionais e amadores. Trata-se do “shred”, termo utilizado para apontar guitarristas que tocam em alta velocidade. Nos idos dos anos 70, instrumentistas não valorizavam tanto a velocidade dos solos, apesar de que, naquela época, guitarristas como Jimmy Page, Ritchie Blackmore, Alex Lifeson e Jan Akkerman já “sentavam a mão” em suas guitarras, executando padrões de solos em alta velocidade. Em contrapartida, Eric Clapton, B.B King e David Gilmour era mais comedidos. Gilmour, aliás, é comumente citado como o melhor guitarrista que toca em velocidade lenta ou média.

A partir dos anos 90 dois outros nomes se destacaram entre os shredders: Yingwie Malmsteen e Jonh Petrucci, guitarrista da banda Dream Theater. Malmsteen é conhecido como um guitarrista ortodoxo, o que o fez ser amado e odiado por guitarristas de mundo inteiro. O sueco tem sua principal influência na música clássica, sendo sua técnica prefiro o arpejo, obviamente tocado “na velocidade da luz”, como ironizam alguns instrumentistas. Em síntese, guitarristas profissionais e amadores ou consideram Malmsteen um dos grandes virtuoses da guitarra, o que de fato ele é, ou o consideram um “chato”. Já John Petrucci é quase uma unanimidade, muito bem conceituado por professores, estudantes de guitarra e guitarristas de renome. Tanto Malmsteen quanto Petrucci já fizeram shows ao lado de Joe Satriani e Steve Vai, em turnês conhecidas como G3, reunião de Vai e Satriani e um guitarrista convidado.
Esses ícones da guitarra servem de inspiração para quem quer alcançar uma boa velocidade no instrumento. Mais recentemente, Paul Gilbert e Buckethead começaram a fazer a cabeça da garotada. No entanto, músicos experientes alertam: não se pode deixar essa busca pela velocidade “atropelar” a musicalidade. B. B King, certa vez, disse: “posso fazer uma nota valer por mil”, referindo-se à sua musicalidade, visto que o bluesman nunca teve preocupação em “fritar os dedos”. Questão de ponto de vista, a alta velocidade na música é uma das marcas registradas de muitos guitarristas que ainda esbanjam feeling, criatividade e incríveis sonoridades.
Fonte: "Fritar os dedos": guitarras em alta velocidade Whiplash.Net
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